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O Brasil e a Caverna de Platão

Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.
Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira.1 Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.
Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.
Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomarão por louco e inventor de mentiras.
Platão não buscava as verdadeiras essências na simples Phýsis, como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo sensível. E o personagem da caverna, que por acaso se liberte, como Sócrates correria o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer mostrar um mundo totalmente diferente. Transpondo para a nossa realidade, é como se você acreditasse, desde que nasceu, que o mundo é de determinado modo, e então vem alguém e diz que quase tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta te mostrar novos conceitos, totalmente diferentes. Foi justamente por razões como essa que Sócrates foi morto pelos cidadãos de Atenas, inspirando Platão à escrita da Alegoria da Caverna pela qual Platão nos convida a imaginar que as coisas se passassem, na existência humana, comparavelmente à situação da caverna: ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, idéias enganosas e, por isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades.
A partir da leitura do Mito da Caverna, é possível fazer uma reflexão extremamente proveitosa e resgatar valores de extrema importância para a Filosofia. Além disso, ajuda na formulação do senso crítico e é um ótimo exercício de interpretação de texto.

Fonte: Wikipédia

Recife é a Cidade onde mais se Consome Uísque no Brasil e no Mundo

Há quem diga que seja efeito da proximidade geográfica com o Caribe e sua inclinação etílica pelos destilados fortes. Há quem atribua a uma evolução do hábito de beber aguardente, que configurou uma predileção por bebidas de teor alcoólico mais elevado e gosto acentuado. Ou ainda ao efeito refrescante criado a partir da cultura de usar copos longos e com bastante gelo (de preferência, com água de coco). Até o gosto por status, passado de pai para filho, é mencionado.
Explicações à parte, o fato é que não é de hoje que a cálida Recife, capital de Pernambuco, impressiona o Brasil e o resto do mundo ao despontar em rankings internacionais de consumo de uísque – não só como a cidade de maior consumo per capita da bebida escocesa no país, mas também um dos mais elevados no globo.
Segundo dados da Nielsen, de agosto de 2011 a julho de 2012, o consumo de uísque na Região Metropolitana de Recife foi quatro vezes superior à média brasileira: no período, os recifenses entornaram 0,571 litro por pessoa, em média – o que dá 11,5 doses.
No resto do Brasil, a média foi de 0,145 litro ou 2,9 doses. Em São Paulo, por exemplo, o consumo ficou em 0,171 litro (3,5 doses) e no Rio, 0,078 litro (1,5 dose). Pelos cálculos da Nielsen, a região de Recife representa sozinha 37% das vendas de uísque do Brasil.
No respingo de dados como esses, ainda em 2009, a conceituada revista inglesa “The Whisky Magazine” concedeu a Recife o título de cidade com maior consumo per capita da bebida no planeta – uma consagração internacional de um curioso hábito que já chamava a atenção dos fabricantes do segmento.
Mas se o título é antigo, ele foi consolidado recentemente com a escolha da capital pernambucana para receber uma loja pioneira no Brasil, que deve ser replicada no resto do país a partir da experiência às margens do Rio Capibaribe. Inaugurada em agosto, a Casa dos Destilados é um templo dedicado às marcas produzidas pela Diageo, líder mundial e brasileira de bebidas alcoólicas premium. Mas a grande estrela é mesmo o uísque – especialmente o Johnnie Walker, que encontra na capital pernambucana os mais sedentos consumidores do país. No caso do blend Red Label, a cidade lidera as vendas no Brasil e detém um recorde internacional.
“Recife é onde temos um dos mais exigentes apreciadores de destilados”, afirma Alexandre Boucinhas, diretor de vendas da Diageo Brasil. “A região é estratégica para avaliarmos novas abordagens com consumidores, tanto que escolhemos a cidade pra inaugurar nossa primeira loja conceito do Brasil.”
Casa dos Destilados (© Divulgação)
Localizada no famoso bairro da Boa Viagem, a Casa dos Destilados é uma dobradinha da Diageo com o grupo Walmart. Ali, é possível encontrar produtos exclusivos do portfólio da gigante dos copos, como um limitado The John Walker, produzido a partir de um pequeno número de uísques raros de destilarias que operavam na época de John Walker, no século 19. Com apenas 24 unidades disponíveis no Brasil, a garrafa de cristal com tampa de ouro custa mais de R$ 10 mil.
O ponto também foi o primeiro do mercado nacional a abrir as vendas do Johnnie Walker Gold Label Reserve, por R$ 164. A partir da experiência de Recife, a Diageo pretende espalhar outras lojas similares no país, com outros parceiros locais. A meta do grupo é abrir 100 operações do gênero no Brasil em três anos.
Também para a Pernod Ricard, principal rival da Diageo, a “Veneza brasileira” é mercado que faz salivar. Com market share de 43,6% no Brasil (em volume) no ano passado, a empresa tem no Nordeste – e em especial, em Pernambuco – grandes consumidores de dois de seus uísques: Ballentine’s e Teacher’s.
Conforme Colin Kavanagh, diretor de marketing da Pernod Ricard Brasil, o Teacher’s é líder de vendas em Pernambuco, com 53,8% do share de volume do Estado (Nielsen) e 55,7% de share no Recife. E a ligação da marca com o mercado pernambucano é antiga: há 17 anos, o rótulo participa das festas juninas no Estado – em 2012, marcou presença pelo terceiro ano do famoso São João de Gravatá (PE), que recebe cerca de 600 mil turistas a cada mês de junho.
Para a gigante de bebidas, Pernambuco também é uma praça especial pela presença de uma importante fábrica do grupo em Suape. “Isso ajuda bastante no desenvolvimento de nossas marcas, tanto por questões logísticas como pelo conhecimento da cultura local”, avalia Kavanagh.
Outra concorrente com fábrica em Suape, a italiana Campari também fez um agrado ao peculiar consumidor pernambucano e nordestino recentemente. Lançou uma versão de seu uísque Old Eight que já vem com água de coco – a primeira bebida do gênero com sabor no Brasil. Produzida na planta pernambucana, a bebida é feita à base do tradiconal Old Eight, enriquecido com aromas do tradicional fruto da região.
DOSES DE SURPRESA
• Pernambuco é o Estado com maior número de Clubes de Uísque do Brasil. É habitual em bares e restaurantes e funciona assim: em vez de comprar uma dose a cada visita, o cliente adquire uma garrafa de sua preferência, que fica reservada somente para ele, com nome e medidor de volume. Esses clubes chegam a representar 75% das vendas de alguns fabricantes.
• Recife lidera também no consumo de uísques importados. Conforme dados da Scotch Whisky Association (SWA), a capital pernambucana foi a que recebeu maior dose das 2,4 milhões de caixas de 9 litros de envelhecidos acima de 15 anos, importadas da Escócia pelo Brasil em 2011. Em segundo veio o Ceará e, só então, São Paulo e Rio.
• A fama internacional de Recife é tamanha que a cidade recebeu um rasante, em agosto, do prestigiadíssimo especialista Richard Paterson, conhecido como The Nose, por seu nariz com seguro de US$ 2,4 milhões. Paterson incluiu o Estado no roteiro de lançamento do Dalmore King Alexander III no mercado brasileiro. Foi a única cidade do país a receber o evento além de São Paulo e Rio.
• Duas das maiores empresas do segmento têm fábricas em Pernambuco. A Pernod Ricard tem em Suape (PE) a principal de suas três unidades fabris no Brasil. A planta é dedicada ao blending e ao engarrafamento dos uísques Passport, Teachers, Natu Nobilis, Blenders Pride e Wall Street, além da vodca Orloff e do rum Montilla. A italiana Campari também tem fábrica em Suape desde 2010, onde produz o uísque Old Eight. Antes disso, tinha uma planta em Jaboatão dos Guararapes (PE).
• Há bares e restaurantes com até mil garrafas de uísque em exposição.

Fonte: IG/Forbes