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Brasil Cai Para 5ª Lugar em Ranking de Varejo

16/06/2014 - Valor Econômico

Após três anos seguidos na liderança, o Brasil caiu para a quinta posição em atratividade no varejo global, atrás de Chile, China, Uruguai e Emirados Árabes. O crescimento do PIB abaixo do esperado e o impacto da inflação sobre o poder de compra da população estão entre as principais razões da perda de posição do país no Índice de Desenvolvimento do Varejo Global de 2014, a ser divulgado hoje pela consultoria A.T. Kearney. Anual, o indicador mede a atratividade dos países emergentes para as empresas globais de varejo com base em mais de 20 variáveis, que englobam de investimentos em infraestrutura a riscos políticos.

Além do baixo crescimento e da inflação acima da meta, Pietro Gandolfi, diretor da A.T. Kearney, destaca a "tensão negativa" no ambiente de negócios brasileiro, inexistente há alguns anos. "Ser um mercado grande não é suficiente para tornar o país super atrativo, senão o primeiro lugar ficaria com a China nos próximos 20 anos", afirma ele. Na semana passada, o IBGE divulgou queda no varejo restrito brasileiro pelo segundo mês consecutivo (março e abril).

Gandolfi, porém, lembra que o quinto lugar na lista não significa "não ser atrativo". Para ele, empresas brasileiras e estrangeiras seguirão investindo no Brasil, especialmente companhias com conceitos de loja e proposta de valor diferenciadas, deixando o varejo generalista para grandes redes que já atuam no país, como Carrefour e Walmart.

Entre os cinco primeiros do ranking, o "pequeno" Chile assumiu o primeiro lugar, diz Gandolfi, favorecido pelo crescimento econômico na casa dos 4% nos últimos anos e pela expectativa de que esse ritmo perdure. Apesar de ter um mercado consumidor menor, sobretudo se comparado a Brasil e China, o executivo destaca que o Chile conta com um ambiente regulatório saudável e consumidores com elevado poder de compra e gosto sofisticado.

Além da China, cujo tamanho do mercado mantém o país entre os mais atrativos, os outros dois países a figurar entre os cinco primeiros do ranking - Uruguai e Emirados Árabes Unidos - são pequenos, mas "preciosos", segundo Gandolfi, por serem áreas de zona franca ou terem regime de tributação diferenciado.

Uma surpresa positiva na nova listagem foi a entrada de países da África subsaariana, como Botswana e Namíbia, que, embora figurem nas últimas posições, são considerados a próxima fronteira para investimentos. Venezuela e Argentina deixaram temporariamente a listagem em 2014 em razão de instabilidade política e insegurança econômica.

PIB à espera do investimento
16/06/2014 - Brasil Econômico

Novas projeções de economistas reforçam o enfraquecimento do PIB em 2014. Num momento em que o consumo interno—responsável pelo crescimento do país nos últimos anos — parou de crescer, seria a hora de o investimento aparecer como novo motor.No entanto, o clima de desconfiança atingiu em cheio o empresariado e especialmente o setor industrial, em uma encruzilhada na qual o país só deve sair a partir de 2015, com os novos empreendimentos em infraestrutura.
“O governo vinha estimulando a economia via consumo,mais do que a produção. E não vamos ter nesse momento nem investimento, nem crescimento notável do consumo. Estamos em uma fase de transição em que o crescimento seria mais voltado ao investimento, mas há muitos componentes de incerteza,com perda da confiança”, diz o economista Aloisio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Pesquisa divulgada pela Federação Brasileira de Brancos (Febraban) mostra que o desempenho cada vezmais negativo da indústria reduziu as expectativas para o PIB. Consultados entre 6 e 10 de junho, 28 economistas de bancos reduzirama previsãomédiado crescimento do PIB para este ano de 1,8% para 1,4%. Para 2015, a previsão para o PIB recuou de 2,2% na pesquisa anterior, feita emabril, para 1,7%.
O crescimento da indústria foi o item que sofreu a maior revisão para baixonas projeçõesdolevantamento da Febraban, ao passar de 1,6% para apenas 0,4% em 2014. JáoIbre, emseu boletimmacroeconômicodestemês, intitulado “Quadro econômico continua ruim,mas não catastrófico”, estima alta de 1,6% para este ano, após projeção de 1,8% em maio.
“A clara deterioração da dinâmica industrial desde o início deste ano é que nos levou a revisar a projeção do crescimento”, diz o boletim.
Para o Ibre, a economia continua emtrajetória de lenta expansão, mas semsinais de estresse.
OÍndicedeAtividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador antecedentedo PIBdivulgado peloBancoCentral, corrobora para o baixo dinamismo. Em abril, subiuapenas 0,12%emrelação amarço, oquesignificouretração de 2,29% na comparação com abril do ano passado.
No primeiro trimestre, a taxa de investimento sobre o PIB ficou em 17,7%, no menor nível desde 2009. A indústria apresentou retração de 0,8% sobre os últimos trêsmesesde 2013,puxada pela indústria de transformação, cuja queda foi de 0,8% e pela construção civil, com retração de 2,3%.
Em abril, a produção industrial caiu 0,3%sobremarço e teve forte retração,de5,8%, quandocomparada a abril de 2013. Já o consumo das famílias recuou 0,1% no primeiro trimestre e interrompeu umciclo de nove trimestres de alta.
A queda de 0,4% no comércio em abril, no segundo mês seguido, sinaliza para a continuidade da cautela do consumir.