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Dólar Recua, Mas Viajar Está Mais Caro


14/07/2014 - O Estado de S.Paulo

O dólar turismo voltou ao patamar de julho de 2013, mas isso não significou economia para os brasileiros que viajam ao exterior. A valorização cambial dos últimos meses foi totalmente anulada pela alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para gastos fora do País – que passou a vigorar em dezembro do ano passado. Assim, mesmo com a moeda norte americana ligeiramente mais barata, o turista está gastando mais.
O dólar turismo fechou a última sexta-feira cotado a R$2,34, valor um pouco inferior ao de 10 de julho de 2013, quando encerrou a R$ 2,36.
“Entre outubro e janeiro,a divisa teve valorização e chegou a ser cotada a R$ 2,60.
Após esse movimento, entrou em tendência de queda.
Mas, ainda assim, comprar a moeda via cartão pré-pago está mais caro, por conta do imposto”, ressalta Fernando Bergallo, gerente de câmbio da corretora TOV.
Emdezembrode2013,ogoverno elevou de 0,38% para 6,38% a alíquota do IOF cobrada nos cartões pré-pagos, nos saque sem conta corrente feito sem moeda estrangeira e nos quase esquecidos “traveller cheques”. Como o cartão de crédito já tinha essa alíquota maior desde 2011, a única opção não alcançada pela mudança tributária foi o dinheiro em espécie,que continua com IOF de 0,38%.
Simulação realizada pela TOV mostra o peso do imposto no bolso: uma compra de US$ 1 mil com cartão pré-pago ficou R$139,20 mais cara para o brasileiro de um ano para o outro.
Diferença que sobe para R$ 696, caso o desembolso some US$ 5 mil (veja a simulação ao lado). Sem dúvida, levar dinheiro em espécie ao exterior sai mais barato,mas a escolha também deve levarem conta a segurança e a praticidade.“Há turistas que ficam confortáveis carregando todo o dinheiro e outros que ficam completamente apavorados”, destaca Bergallo.
Alternativas. Se a tendência da moeda neste primeiro semestre foi de queda, a segunda metade do ano reserva mais incertezas.
“Há inseguranças nos campos econômico, fiscal e político.
Portanto, deve haver uma reversão no fluxo especulativo, pressionando a cotação do dólar”, afirma o diretor da NGO Corretora, Sidnei Nehme.
Para minimizar os riscos de uma eventual alta do dólar, a orientação é antecipar a compra da moeda, caso a viagem esteja próxima. “O turista tem de avaliar o custo de oportunidade.
Se o dinheiro está parado e ele vai viajar daqui dois ou três meses, não vejo motivo para não fazer a compra logo”, diz Bergallo. “Já se o dinheiro estiver na Bolsa e o investidor tiver de assumir um prejuízo para comprar a divisa, a opção é adquirir aos poucos”, sugere.
Em relação aos custos, há duas recomendações: diversificar os meios e negociar a cotação.
“O cartão de crédito deve ser usado de forma racional, para emergências, já que o cliente fica à mercê da variação cambial.
Já o orçamento da viagem pode ser dividido entre cartão pré-pago e moeda em espécie”, aconselha a coordenadora da Proteste Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci.
Para minimizar o efeito do IOF, as casas de câmbio oferecem taxas mais atrativas para o carregamento do pré-pago. Na Confidence e na TOV, por exemplo,o dólar fica dois centavos mais barato para o turista que opta pelo plástico. Então é aqui que entra a parte da negociação.
“Desde a mudança no imposto, houve uma redução de 55% na ativação de cartões e essa demanda migrou toda para a moeda em espécie”, conta Eduardo Kisahleitner, diretor da Confidence Câmbio.
Cartão de crédito. Outra variável que poucos conhecem, mas que pode fazer diferença no gasto final, é a taxa de câmbio praticada pelo cartão de crédito. Não há uma padronização e as instituições financeiras ficam “livres” para definir o câmbio no fechamento da fatura. Pesquisa da Proteste em parceria com o economista da FGV Samy Dana mostra que a discrepância pode significar R$ 114,48 a mais em uma compra de US$ 1 mil.
A maior diferença em relação à Ptax (taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para contratos) foi encontrada no Santander: 5,43% mais. Já a Caixa teve a menor: 0,45%. O estudo avaliou faturas de cartões de sete bancos.